Membro do partido de oposição alega que resultado foi fraudado a favor do partido do governo, o Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia. Milhares também saíram às ruas em protesto contra o resultado. Líder da oposição da Georgia joga tinta em presidente de tribunal eleitoral do país
O chefe da Comissão Eleitoral da Geórgia foi atacado com um banho de tinta no rosto neste sábado (16) no momento em que anunciaria o resultado de eleições parlamentares no país.
O autor do ataque foi David Kirtadze, do partido de oposição UNM, do ex-presidente Mikheil Saakashvili. Ele protestava contra o resultado do pleito, que alega ter sido fraudado.
Kirtadze se levantou e começou a discutir com o chefe da comissão eleitoral, Giorgi Kalandarishvili, durante uma reunião do órgão com todos os membros dos partidos que participaram da eleição para o anúncio oficial, na capital Tbilisi.
Ele então pegou um copo com a tinta e lançou contra Kalandarishvili (veja vídeo acima).
A oposição da Geórgia recusou-se a aceitar os resultados das eleições parlamentares, que ocorreu em 26 de outubro, e alegou fraude e irregularidades generalizadas. A Comissão Eleitoral afirmou que os votos deram uma maioria de 54% ao partido atualmente no poder, o Sonho Georgiano, que, segundo a oposição, é próximo à Rússia.
Oposicionista da Geórgia lança tinga contra líder da comissão eleitoral do país, em 16 de novembro de 2026.
Reprodução
Os opositores e milhares de manifestantes saíram às ruas para protestar contra o resultado das eleições.
Duas empresas de pesquisa dos Estados Unidos que acompanharam o pleito disseram que os resultados oficiais sugerem manipulação porque divergiram fortemente das pesquisas de boca de urna.
A Géorgia, país que fica na interseção entre a Europa e a Ásia, tem sofrido pressão constante da Rússia, com quem faz fronteira. O Sonho Georgiano nega influência de Moscou e alega que quer proteger o país de ser arrastado para uma guerra contra Putin, como ocorreu com a Ucrânia.
A sigla afirma também que continua empenhada em que o país passe a fazer parte da União Europeia. Bruxelas, no entanto, congelou a análise do pedido de adesão da Geórgia devido a preocupações com retrocessos democráticos.