Promotora renuncia a cargo após pedido para abrir investigação contra contrato da era Biden

Promotora renuncia a cargo após pedido para abrir investigação contra contrato da era Biden


Em carta ao procurador interino dos EUA, a chefe criminal do gabinete do procurador dos Estados Unidos em Washington descreveu ter recebido ‘exigência imprópria’ de autoridades nomeadas pelo governo do presidente Donald Trump. Departamento de Justiça dos EUA
AP Photo/Mark Schiefelbein, File
A principal promotora federal que supervisionava casos criminais no gabinete do procurador dos Estados Unidos em Washington renunciou nesta terça-feira (18), citando o que ela descreveu como uma “exigência imprópria” de autoridades nomeadas pelo governo do presidente Donald Trump.
Em uma carta ao procurador interino dos EUA, Ed Martin, a chefe criminal do escritório, Denise Cheung, escreveu que o governo Trump ordenou que ela investigasse um contrato governamental concedido durante o governo de Joe Biden e buscasse o congelamento dos bens do beneficiário.
Ela disse que nenhum dos pedidos foi apoiado pelas evidências que, segundo ela, lhe foram fornecidas pelo gabinete do Procurador-Geral Adjunto.
“Tenho orgulho de servir no Departamento de Justiça dos EUA e neste escritório há mais de 24 anos. Durante meu mandato, que abrangeu muitas administrações diferentes, sempre fui guiada pelo juramento que fiz… de apoiar e defender a Constituição”, disse ela, sem especificar qual contrato da agência do poder executivo estava no centro da solicitação, ou qual entidade recebeu o contrato governamental.
A renúncia é a mais recente de promotores de carreira do Departamento de Justiça em protesto contra o que consideram interferência política imprópria do governo Trump em investigações criminais.
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Demissão de promotores que investigaram Trump
Governo Trump demite promotores federais
Uma semana após a posse de Trump, no dia 27 de janeiro, o governo americano demitiu promotores responsáveis pelas investigações que culminaram em dois processos criminais contra Donald Trump no ano passado. A justificativa para a demissão foi de que eles não são “confiáveis para implementar a agenda do presidente”.
A Casa Branca não divulgou o número exato de demitidos, mas falou em “mais de dez”. Os promotores demitidos integravam o Departamento de Justiça — equivalente ao Ministério da Justiça do Brasil — e trabalhavam com o promotor especial Jack Smith.
Smith liderou duas das quatro acusações feitas pela Promotoria que resultaram em processos contra Trump — a da suposta tentativa de alterar o resultado das eleições e a de apropriação de documentos confidendicais da Casa Branca levadas por Trump quando ele deixou a presidência em 2021.
Todos os processos acabaram arquivados pelo departamento após a vitória do republicano nas eleições de novembro, com o argumento de que a Constituição norte-americana proíbe esse tipo de investigação contra presidentes. Smith renunciou ao cargo no início deste mês.
O procurador-geral interino dos EUA, James McHenry, responsável pelas demissões, disse ter concluído que os demitidos “não podiam ser confiáveis para implementar fielmente a agenda do presidente devido ao papel significativo que desempenharam ao processá-lo”.
Entre os promoteres demitidos, muitos eram veteranos e tinham experiência em casos de corrupção pública e segurança nacional.
A notícia das demissões veio no mesmo dia em que Ed Martin, o principal promotor federal em Washington e indicado por Trump, abriu uma revisão interna sobre o uso da acusação aplicadas em processos contra pessoas acusadas de participar do ataque ao Capitólio dos EUA, em janeiro de 2021, segundo uma fonte.
A Suprema Corte dos EUA elevou o padrão legal para esse delito no ano passado, levando os promotores a retirarem a acusação em vários casos.
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