O NFP, que é a coalizão esquerda, venceu as últimas eleições legislativas convocadas por Macron em junho, mas não obteve a maioria dos assentos. O presidente francês apontou um aliado para ocupar a posição de primeiro-ministro. A moção só deverá prosperar, no entanto, se for apoiada pela extrema direita. O novo primeiro-ministro da França, Michel Barnier, em imagem de 2022.
Michel Euler/AP
A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) apresentou, nesta sexta-feira (4), uma moção de censura ao governo do novo primeiro-ministro da França, o conservador Michel Barnier.
Essa moção, no entanto, depende da adesão do partido Reunião Nacional (RN), de extrema direita, para prosperar e derrubar o premiê — até o momento, no entanto, não há sinais de que isso vá acontecer.
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“A existência deste governo, pela sua composição e pelas suas orientações, é uma negação do resultado das últimas eleições legislativas”, diz a moção, que será defendida na terça-feira na Assembleia Nacional pelo líder socialista Olivier Faure.
O NFP venceu as últimas eleições legislativas que o presidente francês, Emmanuel Macron, havia convocado em junho, após a vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu.
Com 193 deputados, o NFP ficou longe da maioria absoluta de 289 assentos, e Macron decidiu nomear Barnier como primeiro-ministro, à frente de um governo apoiado pela aliança de centro-direita de Macron e pelo partido conservador Os Republicanos (LR).
O NFP justifica a sua moção de censura na decisão do chefe de Estado de não nomear a sua candidata a primeira-ministra, a economista Lucie Castets, e nas “orientações políticas” do governo Barnier.
A coalizão também faz críticas à política de austeridade e a integrantes de direita do governo, como o ministro ultraconservador do Interior, Bruno Retailleau, que defende a extradição em massa de imigrantes.
O presidente tomou a decisão em nome da “estabilidade”, mas o novo governo também carece de maioria na Assembleia Nacional, e poderá cair se o terceiro maior bloco em número de deputados, a extrema direita, apoiar a moção de censura.
A deputada de extrema direita Laure Lavalette reafirmou na quinta-feira que não apoiará essa primeira moção de censura, garantindo que a situação na França é “suficientemente grave” e que não quer acrescentar mais caos derrubando Barnier.